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Um ano na Bahia?

O meu plano inicial era passar um ano na Bahia, conhecendo a Baía de Todos os Santos, Morro de São Paulo, Camamú... Mas mudei de idéia, pra variar... Resolvi voltar para Angra pois nos quatro meses que passei por lá conheci todos os lugares em que o Redboy poderia entrar devido ao calado (a Baía de Todos os Santos é em grande parte rasa): Itaparica, Tororó, Catú, Cacha Prego, Salinas de Margarida, Loreto, o rio Paraguaçu com suas ilhas, cidades e ruínas...


Ruínas de São Francisco do Paraguaçu

Morro de São Paulo e Camamú conheceria quando estivesse descendo para o sul.
E assim saí de Salvador no dia 7 de janeiro de 2003 com destino à Angra, uma viagem que estimava em 18 dias e que acabou demorando 23... É sempre assim...

Primeira perna: Morro de São Paulo. Velejada tranqüila, apenas 30 milhas. Ancoramos em Gamboa do Morro pois a ancoragem próximo de Morro é muito desconfortável devido ao movimento de pequenos barcos e a correnteza da maré. A vila de Morro é extremamente movimentada, pelo menos nesta época, com turista por todo lado. Um dia ali já e suficiente, vamos embora!

Próxima parada: Camamú. Mais 40 milhas, velejada com vento a favor, como foi aliás durante todo o tempo até o Cabo de São Tomé. Lá encontramos o veleiro Vadyo do Geraldo e Valéria e o Aleluia, do Edson de Deus e da Géu (leram Passageiros do Vento? Vale a pena). Ficamos três dias mas dava vontade de ficar mais... Lugar muito bacana e com muita coisa para conhecer. Saí com a decisão de voltar para passar mais tempo, quando subir para o Nordeste novamente.


Camamú

Ilhéus: A hospitalidade de sempre no Iate Clube e o mar mexido e sujo de sempre! Dois dias é suficiente!

E vamos para o Sul: Abrolhos! Para mim o lugar mais bonito que vi até agora. Não tanto pela beleza natural, mas pela quantidade incrível de vida marinha. Peixes de 100 kg aproveitando a sombra do barco, cardumes de Bujão Azul com dezenas de peixes, todos grandes, coisa incrível! Passamos 4 dias lá, e tome mergulho! Voltava para o barco murcho...


Visitantes de toda manhã em Abrolhos...

Próxima parada: Vitória. Vento soprando firme de NE, popa rasa. Não gosto de andar em asa de pombo durante a noite, então saio 30 graus da rota para o vento entrar pela alheta. De repente o barco perde velocidade. Já sabia o que era: rede de novo! Na realidade era um espinhel que foi devidamente cortado... Tem muito barco de pesca por aqui...

Depois de três dias em Vitória, saimos com a intenção de ir até o Rio, mas chegando próximo à Cabo Frio o vento mudou para SW. Era 11 da noite e começamos a avistar muitos relâmpagos pro lado do Rio e então resolvi entrar em Arraial do Cabo e passar a noite. Decisão acertada, no dia seguinte tivemos notícia pelo rádio do temporal que desabou no Rio e região. Ficamos a noite da chegada na enseada do Forno próximo à vila de Arraial do Cabo e no dia seguinte nos mudamos para a Ilha do Cabo Frio, passando pelo lado de fora da ilha e entrando pelo Boqueirão. 
Experiência emocionante: o Boqueirão tem apenas 100m de largura, com paredões de rocha nos dois lados e ondas quebrando contra as pedras... Em compensação quando se entra vira uma piscina, água limpa, bem abrigado, uma beleza!


Boqueirão, entre a Ilha de Cabo Frio e o continente.

Passamos mais uma noite ali e saimos cedinho em direção ao Rio, num mar sem ondas e sem vento... Dez horas depois, desviando de uma quantidade incrível de detritos no mar, resultado dos temporais no Rio, estávamos no Clube Naval. E tome chuva no Rio! Esperamos três dias para seguir para Angra, à motor num mar liso. Finalmente ancoramos no Abraão 23 dias depois de sair de Salvador.

Uma senhora viagem, sem nenhum problema, nenhum incidente, muito vento na maior parte do tempo. 

Isto me mostrou a importância de não querer atropelar os acontecimentos. Se o tempo piora, pára-se. Se continua ruim, continua-se parado! Se o lugar é bonito, fica-se mais um, dois, cinco dias...

Vamos ver se na subida em julho vai ser assim!


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